A Caixa Geral de Depósitos é o maior Banco português. Tem centenas de sucursais, milhares de funcionários, movimenta biliões de euros por ano e apresenta regularmente várias centenas de milhões de euros de lucro anual.
Têm edifícios luxuosíssimos, com os melhores equipamentos, forrados a mármore e toda ela “respira” prosperidade e riqueza.
No entanto, a sua eficiência não é das melhores e é frequente os seus clientes terem que esperar durante um tempo considerável para que sejam atendidos.
Tudo isto já eu sabia e já de há muito que me mentalizei que sempre que preciso de ir a estas (e outras) instituições, tenho que me encher de uma dose suplementar de paciência e lembrar-me que afinal de contas estamos em Portugal, não é ? …..
Felizmente gozo de boa saúde e nunca antes me deparara com a seguinte situação: tive que ir à sede de Setúbal da CGD, acompanhado de um familiar, pessoa de idade avançada e saúde precária e uma vez lá chegados tivemos que esperar um bom bocado.
A determinada altura, já a espera ia longa, o meu familiar precisou de ir à casa de banho, para satisfazer uma vulgar necessidade fisiológica. E foi aí que, surpresa das surpresas, fomos informados por um delicado funcionário, que aquele enorme edifício de vários andares, não tinha nenhuma casa de banho, para os seus clientes, que assim teriam que ir satisfazer as suas necessidades à rua, em sítio indeterminado !!!!
Má que jêto !!!! Como é possível ? … É incrível não é ? ….
Por isso o Zacarias propõe a seguinte acção de protesto:
Vamos juntar umas dezenas ou centenas de clientes da CGD e vamos organizar uma mijadela colectiva, para as paredes e portas do edifício da Caixa Geral de Depósitos.
Do lado de fora, claro !!!
Seria certamente um bom tema para a abertura dos telejornais da noite, dos vários canais de televisão . E quem sabe até, se fossemos muitos se não daria para entrar no Guiness .
2 comentários:
Boa!!!
Esta é daquelas a que já nos habituámos de tal forma que quase passa despercebida, não fosse o Zacarias... É absolutamente incrível!...
Para além dos argumentos de segurança que sempre têem as costas largas para tudo (nos filmes é clássico que alguém se barrique numa casa-de-banho...), parece-me que há uma questão que se impõe: simbolicamente, este facto não revela mais do que o desprezo do capitalismo pela pessoa humana. Como sabeis, o modo de produzir mercadorias acaba por produzir os próprios produtores das mercadorias, o que significa que a nossa condição laboral (e, tantas vezes, existencial...) é uma condição alienada. Assim, o sistema capitalista cria e devora os seus próprios servos, criando empregos ou exércitos de reserva de desempregados que são apenas números na análise da economia. O desprezo pela vida humana é uma constante da lógica do dinheirismo em que vivemos. Eles (e é certo que parte deste "eles" somos nós próprios, cidadãos...) querem lá saber que as pessoas tenham necessidades, que os idosos e as crianças necessitam de especial atenção, etc... De forma cada vez mais irresponsável, com o triunfo da desregulamentação neo-liberal, o factor trabalho na economia tem vindo a ser progressivamente desvalorizado, enquanto o sector financeiro prospera, aumentando escandalosamente os seus lucros. E o pior é que as seitas de bandidos que estão lá em cima nas administrações e nas assembleias de accionistas, podem multiplicar os seus proventos com base em negócios ilegais com firmas fictícias que, como cogumelos, aparecem e desaparecem nas ilhas Caiman ou na Madeira - podem até roubar... - e quais são os impostos que eles pagam? Eu e vocês pagamos bem, mas eles pagam uma taxa de IRS simbólica. Enquanto as transacções financeiras não pagarem os mesmos trinta e não sei quantos por cento que paga o trabalho, não vamos longe... Nem o Estado quer redistribuir, arbitrar, regular. Limitam-se às danças de cadeiras, ao tráfico de influências entre a Opus Dei e a Maçonaria (como na telenovela BCP - a nova série produzida para o nosso entretenimento à hora do jantar e que se arrasta à meses...) e, entretanto, nem sequer nos deixam mijar...
Estou contigo Zacarias! Era uma belíssima performance: chamar as televisões e brindar a CGD com uma grande mijadela colectiva nas paredes da sua sede!
Marley
Então e onde é que está essa nova PIDE, intitulada ASAE?
Não são eles que fecham tudo e mais alguma coisa se os estabelecimentos (os pequenos, claro!) não tiverem o cesto dos papeis no sítio certo e com os centímetros exigidos; se não tiverem os azulejos das paredes desinfectados com o detergente Xungonix vendido pela multinacional Subornix; se não tiverem umas 30 facas (uma de cada cor) para cada produto que seja cortado e se não tiverem uma casa de banho para cada empregado, para cada cliente e para o cãozinho da amiga do dono?
Então e numa instituição bancária, frequentada diariamente por centenas de clientes, não é exigida uma casa de banho?
Gostei da tua sugestão, Zacarias! Vamos todos mijar à porta da CGD. Fiquemo-nos só pela mijinha! Cag.. não vale a pena, porque material desse já eles têm lá muito, na cabeça dos responsáveis!
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