Bronca

O Director da ASAE envolveu-se num sarilho em plena noite da passagem do ano, que até já levou a intensas negociações diplomáticas entre Portugal e Espanha.
A história é rocambolesca, própria de personagens malaicos de organizações sinistras.
Estava este senhor a curtir a passagem do ano no ambiente esplendoroso e protegido do Casino Estoril, quando no auge da confusão e da alegria das zero horas, por entre vagas de champanhe e brindes de prosperidade, alguém lhe ofereceu uma linda caixa de cigarrilhas cubanas.
Indiferente ao facto de já estarmos em 2008 e já ter efectivamente entrado em vigor a nova lei, que proíbe o consumo de tabaco em recintos fechados, o senhor director desata a fumar desalmadamente, cigarrilha após cigarrilha, numa orgia de fumo, por entre o nevoeiro do ambiente e o champanhe francês, que não parava de escorrer.
Fumou e bebeu … bebeu e fumou … até que uma daquelas necessidades fisiológicas, que nem sequer tão ilustre criatura consegue evitar, o obrigou a levantar-se para ir à casa de banho.
Desastre !!! quando se tentava pôr de pé o chão do casino inclinou-se perigosamente e catrapum, lá foi a criatura parar ao meio do chão.
Terrível não é ? mas o pior ainda estava para vir.
Imediatamente socorrido pelos seus amigos da alta sociedade, foi levado até à casa de banho onde lavou a cara e tentou recompor-se daquela vergonha.
Voltou à sala do casino, fumou mais duas cigarrilhas, mas continuava a sentir-se almariado e decidiu que teria que voltar para casa, pois já via tudo a andar à roda.
(O que ele ainda não sabia era que as cigarrilhas cubanas, que lhe tinham oferecido tinham droga e o homenzinho já estava com uma “pedra” do caraças).
Custou a descobrir o carro e mal fez a primeira curva, logo se despistou, indo embater violentamente num carro da Brigada de Transito da GNR, cujos agentes participavam numa operação stop, em plena marginal.
Sujeito ao teste do balão acusou 1,53 gramas de álcool no sangue e com a comoção desmaia, caindo redondo nos braços do agente da autoridade.
Chamado o INEM foi conduzido de ambulância à urgência do hospital mais próximo, mas ao lá chegar depararam-se com as portas fechadas e as luzes apagadas.
Pois é, o ministro da Saúde tinha mandado encerrar as urgências, para contenção de despesas e para poder dar um melhor serviço aos utentes … e a urgência mais próxima, em funcionamento era em Badajoz !!!
Lá tiveram que levar o homem para Espanha, combalido, tonto e com grande vontade de fumar mais uma cigarrilha (parece que na ambulância era proibido).
Quando lá chegou, foi internado e fizeram todos os exames toxicológicos e foi aí que “nuestros hermanos” descobriram que o director tinha vestígios de cannabis e cocaína no sangue !!!
Fizeram-lhe uma revista e descobriram então no bolso do casaco a tal caixa de cigarrilhas cubanas, que estava contaminada com as ditas drogas.
O Senhor Director foi internado sob prisão e iria ser acusado de tráfico de drogas, de acordo com a lei espanhola.
O caso requereu intensas negociações diplomáticas entre Portugal e Espanha, para a libertação do Director, no mais rigoroso sigilo, que no entanto os jornalistas do Zacarias conseguiram furar e descobrir assim a verdade.
O Senhor Director da ASAE já regressou entretanto a Portugal, onde meteu uns dias de férias, para se recompor, enquanto a Polícia Judiciária investiga a origem da maldita caixa de cigarrilhas cubanas.
Que mundo este !!! …. Já nem um homem pode fumar descansado !