Hoje é um dia negro para o ambiente em Portugal !
A serra da Arrábida está de luto e o motivo não é um dos habituais incêndios, que são já rotina nos Verões, mas sim um cancro que já há alguns anos a vai consumindo irremediavelmente e que agora tem condições ideais para disseminar o seu veneno .
Falo da noticia chocante surgida hoje e que é da confirmação pelo Supremo Tribunal Administrativo da co-inceneração de resíduos industriais perigosos pelo “tumor” ambiental que é a cimenteira da Secil, situada em plena serra da Arrábida, ou seja em pleno Parque Natural.
A partir de amanhã o veneno que não se vê, andará pelos ares de uma das mais belas zonas de Portugal, exercerá o seu mal sem qualquer restrição e daqui por uns anos, os cancros, as leucemias e outras doenças afim, começarão a aumentar não só na zona da serra, mas também na martirizada cidade de Setúbal, para onde os ventos sopram frequentemente.
Porquê ? É simples, os malditos interesses económicos falam sempre mais alto e para que uns poucos possam ganhar muitos milhões de euros, muitos outros ficarão sujeitos à contaminação invisível .
Esta tem sido uma das “batalhas” preferidas do “engenheiro virtual” que nos governa e por trás das suas motivações estará certamente o “vil” metal e a necessidade de satisfazer alguns barões, que o apoiam, financiam e o colocaram no poleiro onde actualmente se encontra.
No entanto, muitas vezes há males que vem por bem .
O que eu quero dizer é que esta pode ser finalmente a oportunidade de cortar o mal pela raiz !!! Doa a quem doer !
Se a Camâra e o povo de Setúbal quer evitar esta ameaça à sua Saúde e Bem Estar resta uma solução: expulsar a cimenteira Secil da Serra da Arrábida, retirando-lhe o alvará e respectivas licenças, acabando assim de vez com esta Peste, que contamina a Arrábida .
Será que há força, vontade e coragem para isso ?
Ou será que se confirma o ditado que diz que português é ser que ladra muito, mas não morde ?
1 comentário:
"Ou será que se confirma o ditado que diz que português é ser que ladra muito, mas não morde ?"
Zacarias, infelizmente esta tua última frase diz tudo! O português é mesmo um ser que ladra muito mas não morde, principalmente quando se trata de assuntos que digam respeito a todos, à sociedade em geral.
Já reparaste naquelas pessoas que aparecem nos telejornais depois das fábricas onde trabalhavam serem fechadas e elas serem atiradas para o olho da rua sem salário, sem indemnização e sem perspectivas de novo emprego? Repara na atitude delas quando lhes perguntam: - Então e agora?
Olham para o jornalista, às vezes com um sorriso de resignação e ficam-se por um calmo "Não sei! Com a minha idade já não me dão emprego! Vamos esperar que isto se resolva e depois logo se vê!"
Agora vê o que acontece se o árbitro roubou um golo, ou marcou uma falta que não existiu! Vê o palavreado e o ódio com que aquela gente (incluindo mulheres) se atirou ontem a um director do Belenenses só porque o homem fez não sei o quê com um jogador! Insultaram-no de tudo, berraram como animais enjaulados e só não lhe chegaram a roupa ao pêlo porque... enfim!
É este o povo que temos! É este povo, capaz de morrer e matar pelo futebol mas incapaz de se impor, incapaz de defender os seus interesses, incapaz de se unir e lutar em prol do bem-estar geral!
Quanto à cimenteira, talvez falem nos cafés, talvez chamem uns nomes aos políticos mas se o Vitória de Setúbal ganhar no próximo domingo, a cimenteira será esquecida em três palitadas.
Estás a ver o que se passa actualmente com os hospitais a abarrotar de doentes prostrados nos corredores por falta de médicos, falta de espaço e por falta de unidades hospitalares? Alguém se revolta? Alguém vem para a rua gritar a sua revolta? Alguém se manifesta para defender os seus direitos? Não!
Agora imagina o que teria sido se há uns anos atrás, alguém dissesse a este mesmo povo que por falta de verba não se construiriam os 10 estádios de futebol que se construiram! Era o Apocalipse! Caia o Carmo e a Trindade!
Somos acomodados demais, Zacarias! Isto para não dizer, somos cobarde demais e no fundo, como já te tenho dito algumas vezes, apenas temos aquilo que merecemos!
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