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…da AMIZADE…
Acredito na amizade, acredito que a amizade não morre.
A amizade não está relacionada com a distância, a amizade está nos nossos corações , no sentimento de gostar.
Eu sinto-me grata por a vida me ter dado os amigos que tenho. Não seria eu sem tudo o que os meus amigos me deram e me mostraram, e ainda mostram.
A maior parte continua no meu caminho. Mas, mesmo daqueles que se perderam, (e não foi por causa da distância), aquilo que trocámos não se perdeu.
A propósito do post “excertos
7 comentários:
Já sou uma criatura adulta e madura, e ainda hoje não sei bem o que é isso da amizade. na prática não existe, o que existe são amigos, com conceitos de amizade muito diferentes uns dos outros. E é com as suas diferentes ideias, manias, e sensibilidades,.que eu tenho de me relacionar...
O lado mais maravilhoso entre amigos é a partilha: uma coisa sabe sempre muito melhor se tivermos companhia para a saborear. Mas as pessoas são tb uma fonte de aborrecimentos e problemas com os quais nem sempre é muito fácil lidar...Com o tempo tenho aprendido não só a não ligar ao que me parecem ser disparates, pois todos temos direito a alguma idiossincrasia, como a fugir, logo que me apercebo, de quem apesar de se ter afirmado como amigo acabou por dar provas de grande egoísmo ou agressividade. Mesmo tentando ser tolerante, o melhor é ficar longe de quem nos pode vir a tratar mal nos próximos encontros.
Geralmente não deixamos de estar e amar os nossos filhos depois de uma discussão ou desentendimento. Mas aos amigos não damos o mesmo tratamento. Porquê? Quando falamos de amor ele deve diferir por se tratar de um filho, de um amante ou de um amigo?
Entre os meus melhores amigos estão as crianças e os bichos, sobretudo porque sinto que eles não fazem distinções desse género. Quando amam, amam...sem preconceitos ou classificações
Xinha
Acredito na amizade, sem restrições, nem preconceitos.
Por vezes os amigos podem magoar-nos, mas na maior parte das vezes eles preenchem-nos de forma honesta e desinteressada.
Isso é muito bom !
Sou um ser eminentemente social, por vezes até demais e os meus amigos fazem parte honorária da minha família. Preciso deles e preciso que eles precisem de mim !
Sinto grande felicidade no dia em que alcanço mais um amigo e uma enorme tristeza, quando uma amizade desaparece, seja qual for o motivo.
Podemos ter imensa razão, mas perdemos sempre que perdemos um amigo.
Por isso me custa imenso observar que com o avançar da idade, muitas pessoas vão ficando pouco a pouco, cada vez mais intolerantes ... mais incapazes de tolerar a diferença ... mais minhoquinhas com insignificâncias, que noutros tempos nos fariam rir, em vez de zangar!
Admito perfeitamente o desacordo entre amigos, desde esse desacordo não seja tão profundo, que signifique incompatiblidade.
Nenhum de nós é detentor da verdade, nenhum de nós é perfeito, nenhum de nós é puro .... por isso todos cometemos erros, todos acordamos um dia mais rabugentos do que é habitual ... e depois ?
Será isso motivo para cruxificarmos tal pessoa ? Será isso motivo para esquecermos tantas vivências maravilhosas que temos em comum ? Será isso razão para desprezarmos tudo aquilo que construimos juntos ?
Não, decididamente não!
Viva a amizade e abaixo a mesquinhice.
Preservemos a nossa tolerância, cultivemos a nossa capacidade de compreensão, sejamos magnanimos a perdoar os erros. Eram todas essas capacidades, que nos fizeram sentir diferentes, que nos fizeram sentir amigos.
Lembram-se ?
A PENSAR DE ALTO...
"Já sou uma criatura adulta e madura, e ainda hoje não sei bem o que é isso do amor. na prática não existe, o que existe são amantes, pais, filhos, amigos, cães, gatos... com conceitos de amor muito diferentes uns dos outros..."
Esta derivação das palavras da Xinha destina-se a equacionar a questão fulcral: se, como dizes, não há - ou se recusas - um conceito geral (de amizade) sob a alçada do qual caibam toda a infinidade de casos particulares, todos os amigos, todos os relacionamentos... então o mesmo se aplicará também ao amor, ou não? Na verdade, a natureza da emoção que nos prende a um filho difere necessariamente daquela que nos prende a um esposo, amigo, amante, cão, gato...
Para o povo não se aborrecer muito a pensar, inventou-se uma ideia transcendente para corporificar o amor - o amor divino, o amor desinteressado, o amor de deus pelos homens (ou, preferencialmente, pelas mulheres, como o pastorinho krishna com as suas gopis, húmidas e melodiosas, ou o Yosuf da Nazaré com a sua linda, deliciosa e tatuada Madalena...). Muita gente vai atrás da basófia e isso faz-lhes bem, desde que não lhes dê para decepar cabeças de infiéis... E se a religião não tiver deus, como no budismo, logo há quem substitua tudo com uma infinidade de regras e preceitos que têm de se cumprir escrupulosamente, ritualmente, devocionalmente... No fundo, acaba por ser sempre um Eu a desejar a cessação do sofrimento. Há sofrimento nos laços que nos unem, como uma teia, ao mundo que nos rodeia? Sem dúvida! E daí?
É certo que o meu cão me ama incondicionalmente, mesmo quando lhe enfio antibióticos pela goela abaixo e lhe recuso os restos do meu prato (e estou certo de que ele sofre, a avaliar pela choradeira sob a forma de latidos e ganidelas), mas como posso comparar o elo que há entre nós, homem e cão, com o que me liga à Xinha, à Margarida, ao Zacarias e a todos os outros amigos?
Decepções com os pais, filhos, amantes, amigos... todos temos. Faz parte da nossa humanidade comum. E temos de aceitar (ou não) e ser tolerantes (ou não), creio eu. É no arco dessa tolerância que se define a nossa propensão para a sociabilidade.
Como o Zacarias, também me aflige que, com a idade, os meus amigos se isolem e fiquem mais intolerantes e entrincheirados atrás das suas defesas. Mas são só alguns, que têm mau feitio e se servem disso para fermentarem o bicho-do-mato que habita neles e de que se orgulham. É assim que sobrevivem. Defendendo-se - agressivamente até, por vezes... Com outros, é a vida escrava e a nossa servidão - o trabalho, a família, as instituições e a moral dominante - que nos separa, cada um no seu casulo. Por isso continua a ser bom quando nos vemos. E com outros, ainda, parece que à medida que o tempo passa - e mesmo quando as distâncias não nos favorecem - se consolida a força que nos une, o prazer que temos na sua companhia, na partilha...
Aqui há dias, estive no jardim da Gulbenkian com um amigo. Quantas recordações... E só de o ver cheirar a flor de uma amendoeira na beira do caminho me senti recompensado por estar vivo...
Há coisas fantásticas, não há?
Abraços a todos
One Love
Marley
Quando digo que na prática não existe a amizade, quero dizer que na prática isso não existe mesmo. Tal como a beleza, por exp. que só existe enquanto coisa volátil, como pensamento. E além disso nós lidamos é com pessoas, com ideias, com pensamentos, (no plural). E tal como as pessoas, os pensamentos tb estão sempre em constante mutação. Não são verdadeiramente sólidos. Por exp: o conceito de amizade na infância é diferente do da juventude ou da idade adulta etc.
E quando pergunto sobre as diferenças entre amar (pois é de amor que no fundo estamos a falar, de um tipo de amor se quiserem) mas não de amor “divino”, como diz o Marley , pergunto sobretudo pelos limites (porque de começos é mais fácil falar).. Pergunto: até onde vai a amizade? Até que ponto deixa de ser? O que é que a sustenta?
É claro que podemos conversar sobre os nossos ideais ou sobre a experiência de vida, mas parecem-me coisas diferentes.
E já agora a propósito de mim: posso vos dizer que já vi e vivi bastantes parvoíces, mas nunca deixei de gostar das pessoas com quem estabeleci laços de amizade. Às vezes é preciso distância, mas isso não significa, para mim, um fim. Acho que nunca me incompatibilizei a sério com ninguém e até acho que isso não faz grande sentido. Às vezes as pessoas parecem-me idiotas e infantis, mas tal como os bichos ou as crianças eu sinto que não deixo de gostar verdadeiramente delas.
Para mim a amizade é um dos valores maiores. Costumo dizer que posso viver sem namorado ou companheiro, mas sem amigos é muito difícil.
Xinha
Não te quero contradizer, tens razão... mas escreveste uma coisa no princípio e outra no fim:
«Quando digo que na prática não existe a amizade, quero dizer que na prática isso não existe mesmo»
e
«a amizade é um dos valores maiores»
...então a conclusão é?...
One Love
Marley
Desde ontem que ando com os vossos comentários na cabeça, mas o tempo, esse tirano, não me deixou aqui vir para expressar o que penso.
Em relação ao amor pelos animais, que eu acho que não é comparável ao amor pelos nossos semelhantes, assim como o amor pelos nossos semelhantes não é comparável, (amigos, filhos, maridos...por aí...), esse amor é especial. É trocado de uma forma única. Os animais gostam de nós incondicionalmente.Precisam de nós. Seguem-nos pela casa incansávelmente, para trás e para a frente e necessitam de nós. Fazem-nos sentir importantes quando chegamos a casa, como se a felicidade deles só dependesse de nós; por outro lado, nós, os humanos, que somos mais complicados na nossa maneira de agir, podemos acariciá-los, apertá-los, dizer-lhes coisas bonitas, (como dizer “gosto de ti “ vezes sem conta), sem que haja problema. Eles gostam sempre que lhes toquem e nenhuma declaração de afecto os abala .
Todos os dias quando não chove levo a minha cadela mais portátil (tenho duas, e já tive mais dois, que morreram de velhice) comigo, na viagem de comboio. E é ver a reacção das pessoas que se desfazem em ternuras. E por vezes até algumas mais sisudas se descompõeem das suas certezas de seriedade para se meterem com ela. Onde eu quero chegar é que os animais desenterram nas pessoas esses gestos, esse sentimento (de ternura).
Mas ...são coisas separadas. Não se pode comparar.
Aquela canção do Sérgio Godinho “ai que hoje fiz um amigo e coisa mais preciosa no mundo não há!!”
Quanto às definições de amizade : cá para mim, ó Xinha ,(será que te conheço?) parece-me que sabes bem o que isso é, mas estás a jogar à defesa! (Ou estou enganada?)
Viva! Eu já estava à espera desse comentário ó Marley. Mas se leres bem eu disse: na PRÁTICA não existe...não tem peso ou vida própria, Só existe como coisa abstracta, como ideal... É um valor essencial, todos estamos de acordo., Mas só se manifesta através dos seres. E aqui reside o centro da questão.
Claro que fui um pouco provocadora, mas a ideia era conduzir a conversa para aspectos reais : como se manifesta? quais os limites? são dúvidas que derivam de casos concretos, da atitude das pessoas. O Zacarias diz: “acredito na amizade” Sim, eu também, mas o que é isso? A amizade vive dos amigos. Então temos muitos tipos de amizade, certo?
Todos somos seres sociais blá blá...de acordo. Mas quando falamos no avançar da idade e de como as coisas mudam...já estamos a aceitar como provável que as nossas ideias sobre a amizade mudam também. Que o tipo de relações muda. Que coisa então é essa tão mutável?
Gostei da frase do Zacarias: Viva a amizade e abaixo a mesquinhice. Portanto a mesquinhice não pode fazer parte da amizade. Mas será que não pode? não temos nós todos paranóias, e não é com elas que temos que lidar quando estamos com os outros? ” sejamos magnânimos a perdoar”, diz ainda, eu pergunto: quais são os limites? Independentemente do perdão, até que ponto resiste essa coisa da amizade? Do que depende? Das pessoas em questão? Então devemos perdoar mais a uns e menos aos outros? É o bom senso que nos dita as regras ou há regras universais? Eu tenho mais perguntas que certezas...não sei se me percebem...Não, não sei bem o que é a amizade Maargarida, nem como defini-la? Tenho uma ideia, mas é pessoal e por isso relativa, que posso deitar fora a qualquer momento... Fui provocadora sobretudo porque tenho dúvidas, e gosto de ouvir outras opiniões. Bjinhos a todos
(p. a Maargarida: a talvez a gente se conheça, sim...)
Xinha
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