Confesso que estive tentado a votar neste gajo.
O seu discurso era apelativo. O seu percurso de vida parecia sincero. A sua independência parecia genuína....
Parecia !!!
Não sei bem porquê, mas a partir de certa altura comecei a achar que era "fruta a mais", havia algo que não batia certo ...
De onde vinha o dinheiro para a campanha eleitoral ?
Porquê o apoio semi dissimulado do clã Soares ?
Cheirou-me a esturro e não votei nele.
Agora passados alguns meses, caiu finalmente a máscara, o disfarce ardiloso implodiu e a mentira surgiu à vista de todos.
Era mais um !!!
Mais um dos que só querem é tacho.
Subir pela política nojenta e mamar descarada e impunemente na teta da República !!!
Fernando Nobre era o Plano B do PSD, o partido que se segue na cadeira do poder.
Mais um, a juntar à lista das centenas de abortos, que a "Democracia" portuguesa pariu nos últimos 30 anos.
Imagino o que sentirão agora, os muitos milhares que caíram no "conto do vigário" e lhe confiaram o seu voto.
2 comentários:
Zacarias
Eu fui dos que votei Nobre, por convicção profunda (tomei a decisão um ano antes) e por acreditar num homem com uma vida que é um exemplo de altruísmo e solidariedade. Ainda para mais, abertamente pacifista, anti-nuclear, crítico do dinheirismo e da corrupção vigente. E votei nele porque o Manuel Alegre nunca se decidiu verdadeiramente entre a esquerda e o fuhrer do PS, cujas manobras aceitou e calou e, entre outras razões, porque, apesar de poeta, tem como hobby a caça - coisa que abomino mais do que qualquer tourada.
Nobre, depois da decisão de, a convite de Passos Coelho, se candidatar pelo PSD a presidente da AR (quem imagina um tipo que é um homem de terreno a fazer de amanuense dos deputados e a passar o dia dizer quem tem a palavra e que o tempo acabou? Não faz sentido!), sinto-me, efectivamente, enganado, triste e profundamente decepcionado. Não tenho muita pressa em fazer julgamentos de carácter, mas acho que foi o maior disparate que ele poderia ter feito, basicamente, porque deitou ao lixo um precioso capital de intervenção cívica que tinha capitalizado nas presidenciais e que poderia ainda vir a revelar-se útil para o país. Foi, por isso, a derrota da esperança e uma. Para mais, arrisca-se ao vexame de o novo parlamento se recusar a votar nele para um cargo que exige experiência parlamentar - que ele não tem. Fiquei muito decepcionado e triste, mas não sei se a "corrida ao tacho" explica tudo - seria simples demais. Mas aos olhos de muitos que, como eu, votaram nele, foi uma decisão lamentável que aumenta o potencial de descrença nos políticos e na política, o que é mais um passo a caminho da vitória derradeira do pensamento único e da nova ordem mundial.
Leio também o facto como um gesto de desespero de Passos Coelho, num momento em que Sócrates sobe nas sondagens e o PS deixou (há muito, mas agora foi de vez)de ser um partido de ideias, para se tornar numa coisa estilo estalinista, com o culto unânime do lider... - o que vejo com muita preocupação.
Depois, há a minha tese especulativa/conspirativa, eheh, uma ficção que, de tranquilizadora não tem nada: na verdade, Cavaco está doente e é bem provável que não se consiga aguentar mais 5 anos. Receando novas presidenciais a médio prazo e o descalabro que isso implicaria, pelo potencial de divisão e conflito num momento em que os portugueses precisam de "unidade" (o que quer que seja essa merda aos olhos da élite política, mas suponho que a resposta está no manifesto dos 47 - o compromisso acarneirado com o aprofundamento do saque por parte da finança e dos "mercados"), o próprio Cavaco, Passos Coelho e mais alguém (incluindo lojas maçónicas e opus dei...) tomaram essa decisão: quando Cavaco estiver impossibilitado de continuar, estará lá Nobre para, como 2ª figura do Estado, ocupar o lugar.
Finalmente: estranho bastante que toda a blogosfera tenha atacado tão intensamente Nobre e tenha deixado passar a assinatura do Boaventura Sousa Santos no tal manifesto dos 47, ou compromisso Portugal.
Na verdade, não temos saída...
Nem esperança, nem horizonte.
Grande Abraço
Bem curiosa, a tua tese especulativa Chico. Dá que pensar.
Na realidade, não deixa de ser algo estranho, o súbito e voraz "apetite por tacho" do Fernando Nobre, que não é parvo e como tal certamente não deixaria de esperar, que todos lhe caíssem em cima, como está efectivamente a acontecer.
De qualquer forma, especulação à parte, não deixa de ser confrangedor e contraditório, tal decisão por parte de um homem, que até há poucos dias atrás, proclamava a sua independência e distancia dos partidos.
Veremos o que dirão os novos capítulos desta "novela".
Um abraço para ti e espero ver-te no Sábado.
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