quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O Plano B

Todos nós temos acompanhado com bastante preocupação a evolução desta crise económica , que afecta não só Portugal, mas também toda a Europa e indirectamente todo o mundo.
Temos assistido impotentes ao desmoronar do nosso já de si frágil Estado Social, ao encerramento de empresas, ao aumento do desemprego, ao corte de subsídios, ao aumento constante dos preços dos bens e serviços essenciais, etc.
Estamos preocupados, revoltados, descrentes e desmotivados e quando olhamos para o futuro só descortinamos uma névoa cinzenta e indefinida, que nos leva desviar o olhar e tentar distrair a mente com coisas mais agradáveis.
Daí a grande dificuldade daquilo que vos venho falar hoje: a necessidade urgente de começarmos a definir o nosso Plano B !
Suponham o seguinte (atenção isto é apenas uma mera suposição, um exercício de imaginação, que penso ser útil e premente): Imaginem que por qualquer desígnio do “Universo” ( não interessa qual, isto é apenas uma suposição), vos era permitido “dar uma espreitadela” no dia 1 de Janeiro de 2012.
Nesse dia, vocês acordavam de manhã e ligavam a televisão para ver as imagens da Passagem do ano, por esse mundo fora e ouviam boquiabertos a notícia do fim do euro, a moeda única europeia … ( o resto da notícia, deixo á imaginação de cada um !... )
Passados alguns instantes vocês regressavam ao “conforto” do presente, à realidade do dia 8 de Dezembro de 2011. Mas aquela “premonição” não vos saía da cabeça, era preciso fazer alguma coisa !!!
É aqui que começas a traçar o teu Plano B.
Mesmo que aches tudo isto uma parvoíce total, ninguém poderá certamente duvidar que os tempos são de mudança e que já nada irá permanecer como era dantes. O Sistema Capitalista mundial está a afundar-se e tal como o Titanic, a orquestra continua a tocar indiferente á agua, que vai entrando por todos os lados.
O que fazer ? o que é cada um de nós pequenino, isolado e assustado poderá fazer contra estas gigantescas forças, que nos atormentam ?
Algumas coisas poderemos fazer !!!
Primeiro que tudo e fundamental, não entrar em pânico, tentar manter a serenidade e uma certa cabeça fria, para procurar soluções.
Segundo, manter acesa a chama da esperança ! Afinal de contas estamos vivos, temos saúde, amigos, família … e o sol continua a nascer todas as manhãs.
Terceiro, pensar que as mudanças, principalmente as grandes, são duras, difíceis, mas trazem também muitos aspectos positivos e que mais tarde, depois do impacto inicial iremos ver que eram necessários.
Voltemos então ao Plano B.
O que é que eu quero dizer com isto?
O Plano B, deverá constituir uma série de soluções, medidas e atitudes a tomar … para salvaguardar a possibilidade de a nossa vida actual , o Plano A, falir, cair por terra, desaparecer.
A criação de um Plano B, não invalida que não continuemos a tentar salvar e a melhorar o nosso Plano A. É apenas uma salvaguarda, uma saída, uma solução ainda que provisória, para que não sejamos apanhados “com as calças na mão”.
Por onde começar ? o que fazer ?
Lamento, mas aqui não há receitas, não há um manual de instruções, ou uma cábula, para o ajudar. Tente pensar no assunto, falar com os amigos, procurar ideias em livros ou na Internet. Já é bastante e alguma coisa de útil, daí poderá surgir.
Começe pelo mais simples e básico, pense no que é que precisava de ter , para a eventualidade desse dia chegar. Pense também em formas alternativas de obter aquilo que é essencial à sua vida e à da sua família. Pense também noutras formas de obter rendimento (mesmo que o euro desapareça, outras moedas surgirão e irá sempre precisar do “vil metal” para adquirir aquilo que não pode produzir, ou trocar).
È difícil não é ? muito difícil !!!
Mas isso não quer dizer que não seja necessário ! Por isso não desista.
Outra sugestão: Não conte muito com o Estado, o Governo … tomara que eles consigam continuar a manter alguma segurança e os sistemas de Saúde e de Educação. Quanto ao resto, é melhor não pensar nisso e contarmos apenas com nós próprios, a família e os amigos.
Para terminar gostaria de dizer, que com este texto, não quis preocupá-lo ainda mais, nem pô-lo angustiado ou deprimido.
Quis apenas pô-lo a pensar!
Acredito que temos muitas capacidades dentro de nós, que vivemos numa terra rica, com um clima excelente e vários recursos naturais. É verdade que os últimos 20 anos de CEE, destruíram a nossa capacidade produtiva, tornando-nos num país de consumo e serviços. É verdade que a nossa mentalidade colectiva é um obstáculo. Fomos perversamente alimentados pelo facilitismo e pelos subsídios comunitários, enquanto desmontávamos a nossa capacidade produtiva. Agora temos que mudar.

1 comentário:

francisco oneto disse...

Na verdade, os cenários previsíveis são assustadores... Mas é isso que "os gajos" querem - e conseguem - dominar desde logo pelo medo...