Durante muitos anos, ouvíamos dizer que o país não progredia porque faltavam técnicos especializados e licenciados, nos mais variados ramos do saber. Agora, parece que há técnicos e licenciados a mais e o país continua a não progredir! È a crise, dirão certamente. Sim, mas não só. É como em tudo o resto, também um problema de mentalidade, daquela mentalidade portuguesinha, tacanha, egoísta e retrógada. Como sabem grande parte dos nossos patrões, tem uma baixa qualificação e uma igualmente baixa escolaridade (80% ou mais do tecido empresarial português é a pequena ou média empresa). Essas patrões subiram na vida uns a pulso, graças ao seu esforço e trabalho, outros graças a espertezas várias, aldrabices ou esquemas . Poucos ou nenhuns aceitam contratar um jovem licenciado, por despeito, inveja, ou receio de quebra do seu poder (em muitos casos feudal). "Então não é que o puto, que tem idade para ser meu neto, já queria vir para aqui mandar nisto !!! ... dizer como é que se deve fazer! ... a mim que ando há 40 anos nisto !!!". E assim se fecha a porta à inovação, aos aumentos de produtividade, ao progresso e à competitividade com o mercado, que já não é a sua rua, a sua vila ou cidade, mas é sim o mundo inteiro. Assim vai Portugal, o país do desperdício. Até o sangue novo, a pujança e a força da nossa juventude nós desperdiçamos. Mandamos os melhores para fora, para o estrangeiro e ficamos com os mais fracos, para podermos continuar a chafurdar no pântano da nossa mediocridade !!!
Zacarias, talvez Portugal seja viável algures num futuro não muito próximo. Para já, o naufrágio é irreversível. Creio que ainda estamos a pagar os erros de D. Manuel e D. João V - a hipertrofia da capital, o despesismo sumptuário, etc... Seja por causa da pimenta e da canela ou do ouro do Brasil, da Contra-Reforma e do bafio das sacristias ou da ganância liberal, monárquica ou republicana... não há maneira de chegarmos ao futuro. Aliás, não há futuro (onde é que eu já ouvi isto?). As nossas élites não prestam. Felizes os que podem emigrar. Abraço
Concordo contigo Francisco, as nossas elites não prestam (as que prestavam já emigraram, ou estão demasiado ocupadas a nadar desesperadamente, para se manterem à superfície). Não há por aí nenhum Dom Sebastião que nos possa salvar. Também eu acho (espero!) que num futuro mais ou menos distante, Portugal será finalmente viável. O que me preocupa é o "oceano" até lá chegar, pois sei que muitos de nós vão ficar pelo caminho. Um grande abraço para ti e força aí no leme, que a tempestade se avizinha.
3 comentários:
Durante muitos anos, ouvíamos dizer que o país não progredia porque faltavam técnicos especializados e licenciados, nos mais variados ramos do saber.
Agora, parece que há técnicos e licenciados a mais e o país continua a não progredir!
È a crise, dirão certamente.
Sim, mas não só.
É como em tudo o resto, também um problema de mentalidade, daquela mentalidade portuguesinha, tacanha, egoísta e retrógada.
Como sabem grande parte dos nossos patrões, tem uma baixa qualificação e uma igualmente baixa escolaridade (80% ou mais do tecido empresarial português é a pequena ou média empresa). Essas patrões subiram na vida uns a pulso, graças ao seu esforço e trabalho, outros graças a espertezas várias, aldrabices ou esquemas .
Poucos ou nenhuns aceitam contratar um jovem licenciado, por despeito, inveja, ou receio de quebra do seu poder (em muitos casos feudal).
"Então não é que o puto, que tem idade para ser meu neto, já queria vir para aqui mandar nisto !!! ... dizer como é que se deve fazer! ... a mim que ando há 40 anos nisto !!!".
E assim se fecha a porta à inovação, aos aumentos de produtividade, ao progresso e à competitividade com o mercado, que já não é a sua rua, a sua vila ou cidade, mas é sim o mundo inteiro.
Assim vai Portugal, o país do desperdício.
Até o sangue novo, a pujança e a força da nossa juventude nós desperdiçamos.
Mandamos os melhores para fora, para o estrangeiro e ficamos com os mais fracos, para podermos continuar a chafurdar no pântano da nossa mediocridade !!!
Zacarias, talvez Portugal seja viável algures num futuro não muito próximo. Para já, o naufrágio é irreversível. Creio que ainda estamos a pagar os erros de D. Manuel e D. João V - a hipertrofia da capital, o despesismo sumptuário, etc... Seja por causa da pimenta e da canela ou do ouro do Brasil, da Contra-Reforma e do bafio das sacristias ou da ganância liberal, monárquica ou republicana... não há maneira de chegarmos ao futuro. Aliás, não há futuro (onde é que eu já ouvi isto?). As nossas élites não prestam. Felizes os que podem emigrar.
Abraço
Concordo contigo Francisco, as nossas elites não prestam (as que prestavam já emigraram, ou estão demasiado ocupadas a nadar desesperadamente, para se manterem à superfície).
Não há por aí nenhum Dom Sebastião que nos possa salvar.
Também eu acho (espero!) que num futuro mais ou menos distante, Portugal será finalmente viável.
O que me preocupa é o "oceano" até lá chegar, pois sei que muitos de nós vão ficar pelo caminho.
Um grande abraço para ti e força aí no leme, que a tempestade se avizinha.
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